Monitoramento e visualização do sistema de CFTV

Partimos do básico... o ideal seria sempre ver todas as imagens de uma câmera, porém, quando o número de câmeras começa a ser grande se torna difícil. Esse problema em grande parte pode se resolver com um software moderno de vídeo analítico.

Não podemos ter muitos monitores porque os custos do sistema de CFTV se elevam consideravelmente, pelos preços dos monitores, pelo espaço físico necessário, pelos móveis que requerem, pela quantidade de energia que consomem e sobretudo pela quantidade de operadores que se necessita para observá-los.

A grande maioria dos profissionais de CFTV, descuidam um pouco sobre o tema dos “monitores”, em parte porque já nos acostumamos que a totalidade das câmeras instaladas, as devemos gravar. Então cremos que o objetivo do sistema de vigilância, é gravar e não visualizar. Mas não devemos adquirir um sistema de CFTV para ver somente os sinistros ocorridos e sim para evitá-los na medida do possível.

Para poder prevenir uma situação, é necessário que uma pessoa esteja vendo a cena e tome ações necessárias com antecipação suficiente, que muitas vezes podem ser de alguns segundos.

O número de imagens que pode observar um operador depende do tipo de monitor, de seu tamanho, da quantidade de monitores, da distância, da importância da cena e dos equipamentos que as administram. É fundamental dar ferramentas necessárias ao operador para que ele possa fazer um bom trabalho a tempo.

O ser humano necessita um nível de concentração alto para poder detectar situações anormais em uma cena, raciocinar e agir a tempo.

Em experimentos feitos pela polícia britânica, se chegou a conclusão de que quando um operador vê somente um monitor, seu nível de concentração nos primeiros 5 minutos é de 85%, com quatro imagens cai para 74%, com seis imagens simultâneas abaixa para 58%, com nove imagens a 53% e com 16 imagens a 41%.

Portanto um operador que veja simultaneamente 16 imagens ao final de 20 minutos seu nível de concentração estará quase zero. Imaginem o nível de concentração do mesmo operador passadas 6 ou 8 horas de seu turno?

Assim, se o monitoramento se faz com poucos profissionais, em condições ineficientes, com ferramentas inadequadas, o resultado será medíocre e simplesmente nulo.

O operador, por vez, torna-se o funcionário que vê pela primeira vez os sinistros, mas não é aquele que controla ou impede, como todos nós, ingenuamente queremos.

Há condições que alteram o desempenho humano e afetam o número de monitores. Para continuar a acender a chama, deixe-me dizer que todos os percentuais estatísticos (às vezes a realidade é dura), baseiam-se em situações com boas condições. Desta forma, o número de monitores, que está intimamente ligado ao número de operadores, é seriamente afetado por outros fatores, tais como:

. Complexidade da cena. Especialmente quando você está tentando detectar pequenas coisas;

. Cenas com movimento permanente (câmeras móvel ou locais onde o movimento é uma constante);

. Movimento em cenas adjacentes vizinhas ao monitor e local onde a concentração deve estar exposta;

. Iluminação do centro de controle, conforto do operador, ergonomia; . A alta concentração em um ambiente silencioso e tranquilo;

. Baixa ansiedade, para salvá-lo da responsabilidade direta; . Alta nitidez e resolução. Bom controle de brilho e contraste no monitor;

. Existência de recursos para visualização automática e gravação de vídeo. Você tem a garantia de ver o que realmente quer ver;

. Uso de controladores adequados para minimizar as tarefas operacionais para concentração e análise das cenas;

. Apropriadas rotações de pessoal. Fornecer incentivos para evitar acidentes e detecção de flagrantes;

. Qualidade da cena gerada pelas câmeras (sem brilho, com boa gama dinâmica, excelente resolução dinâmica e estática, foco perfeito, lentes adequadas, iluminação adequada);

. Existência de grandes cenas, em áreas com muitos aspectos para controlar, em plantas distantes e próximas. Isto dificulta muito as tarefas do operador e requer um monitor de imagem de alta resolução;

. Exigência do operador para gerenciar outros sistemas (de acesso, alarmes, comunicações); . Presença de distrações normais para fazer relatórios, atender gerentes e supervisores, visitantes e colegas de trabalho.

MONITORES RESOLUÇÃO

A resolução dos monitores deve ser de pelo menos 40% acima da resolução máxima das câmeras que serão monitoradas. Este critério funciona tanto para sistemas analógicos (TVL), como para sistemas totalmente digitais (pixels horizontais por verticais).

Por exemplo, se eu tiver câmeras de 380 TVL e 520 TVL, eu devo considerar a maior resolução e aumentar uma margem de 40%. Portanto, para ver estas câmeras preciso de no mínimo um monitor de 870 TVL.

TAMANHO E DISTÂNCIA DE VISUALIZAÇÃO

O ângulo vertical onde se encontrar os monitores não deve ser superior a 25 graus e na horizontal não deve ser superior a 50 graus, contados a partir da linha direta de nossos olhos. Portanto, são graves as falhas de projetos de centros de controle com enormes paredes com muitos monitores e pretender que todo o controle se faz por um único operador rotineiramente. Quanto mais monitores existem, maior a distância que devo tomar para ver todos os monitores e ainda perco a resolução e nitidez dos detalhes pequenos.

A distância apropriada para visualização está entre 1,5 e 5 vezes o tamanho da diagonal do monitor. No entanto tudo depende do que você deseja ver na cena.

Estudos e testes pilotos do nível de vídeo nos indicam que um objeto pode ser visto com clareza, a uma distância máxima de 16 vezes a sua altura. Desta forma então o projetista do sistema deve fazer a análise correspondente, planejando ver o que é necessário em cada cena. Por exemplo, para aplicações onde o sistema de CFTV é utilizado como detecção, cujos objetos podem ser de 10% da altura da imagem, temos o seguinte cálculo: suponhamos que usamos um monitor de 42 polegadas, em seguida, recordando o teorema de Pitágoras e fazendo uma regra de três, vemos que a altura do monitor é de 52 cm, portanto, o menor objeto que pode detectar é de 5,2 cm, então você deve ver a imagem a uma distância maior do que 84 centímetros.

Mas se o meu sistema foi planejado e calculado para identificar uma pessoa, cujo rosto deve ser de 40% da imagem, ou seja, com um tamanho de 21 cm no mesmo monitor, eu posso vê-lo a uma distância de 3,36 metros. Este monitor pode ver a distância máxima recomendada de 5,3 metros, em nenhum caso exceder 8,3 metros.

Para visualizar os sistemas de vídeo de CFTV, um costume normal é colocar postos de trabalho de operadores, seguindo a regra de 2,5 vezes o tamanho do monitor.

TENDÊNCIAS

Para as instalações de até 32 câmeras e 02 videogravadores é difícil colocar todos os monitores planejados devido a limitações no hardware e orçamento. No entanto, muitos profissionais resolvem esta situação, acrescentando placas de saída de vídeo para o servidor principal.

Nas instalações com mais câmeras e videogravadores, é necessária a presença de uma matriz (analógico ou virtual) e, em seguida, todos os conceitos aprendidos são colocados em prática.

Em instalações muito grandes e complexas, exigem um videowall de quatro módulos para os grupos de operadores e um videowall maior para toda a sala de controle. Uma técnica operativa muito difundida e amplamente usada é que os operadores trabalhem em pares, um monitor grande compartilhado e cada um com um monitor (spot) dedicado que controlam ao seu gosto.

Lembre-se que nos sistemas de grande porte não devem estar todos os monitores na sala de controle. Prefira um sistema de vídeo distribuído.

O operador as vezes, torna-se o primeiro que se intera dos sinistros, porém muitas vezes é deixado de fora da solução.

Finalmente, o operador deve ter um monitor que possa operar à vontade, ou seja, para colocar a imagem que requer maior atenção em algum momento, segundo seu próprio gosto e critério.

A quantidade de monitores e ferramentas eficientes, em boa parte, influenciará no correto desempenho de um sistema de CFTV.

Fonte: http://www.revistasegurancaecia.com.br