Gestão do conhecimento


Gestão do Conhecimento
Gestão do Conhecimento é fundamental e imprescindível no papel estratégico da Segurança Patrimonial, visando o enfrentamento do mercado global.

Em artigo que escrevi relacionado à Prevenção de Perdas em Recursos Humanos, comentei sobre Gestão do Conhecimento. Passado algum tempo fui cobrado por leitores para tratar com maior detalhamento este importante tema.

Alguns questionamentos:
Qual sua relevância?
Com o compromisso ao público leitor e abordo este capítulo sob o prisma da Segurança Empresarial.
Alguns estudos realizados, sejam acadêmicos ou na prática profissional, evidenciam a importância da gestão do conhecimento como forma de obtenção de melhores práticas de gestão nas organizações.
É importante o aprimoramento, capacitação e compartilhamento do conhecimento, assim como a ampliação e implantação de investimentos em ferramentas administrativas para este fim, buscando a melhoria contínua e eficaz.
Os profissionais sonham com organizações que patrocinem os cursos de aperfeiçoamento, MBA, especializações, cursos de extensão dentre outros. Algumas empresas não correspondem a estes anseios, muitas vezes, devido à falta de fidelidade dos empregados; contudo, o concorrente sempre irá buscá-los quando perceber que eles estão bem preparados.
Assim, estabelece-se um paradoxo, onde o profissional desmotivado com a empresa deixa de se preparar (através de financiamento próprio) e, como forma de vingança, vai à busca do concorrente; por seu lado, a empresa não investe em formação/capacitação de seu RH, pela falta de Motivação do funcionário. O resultado dessa equação é de fácil previsão, ou seja, todos perdem.
Cada profissional deve gerir sua própria carreira, investindo em cursos que proporcionem a melhoria, principalmente no foco de atuação dele, e as empresas devem se ater a patrocinar os cursos técnicos , essenciais e específicos para cada departamento, conforme estratégia previamente definida para o tipo de negócio que ele exerce, agregando valor e gerando resultado conforme as metas.
Mas afinal o que é gestão do conhecimento?
Esse é mais um daqueles termos com os quais convivemos e aprendemos a entender. Gestão é sinônimo de Administração, então quando estamos falando de “Gestão de Empresas” seria o mesmo que dizer Administração de Negócios, ou seja, é o ato de gerir ou de exercer direção. Gerir tem a ver com todo o controle e o conjunto de ações propostas que podem envolver pessoas, empresas, produtos, serviços, clientes, ou seja, gerir é conseguir controlar com eficiência.
O tema "conhecimento" inclui, mas não está limitado a, descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos, idéias, noção, informação, notícia.
Portanto, entende-se por Gestão do Conhecimento o ato de administrar e direcionar todo e qualquer conhecimento profissional dentro da corporação, vendo esse conhecimento como uma poderosa ferramenta estratégica, o que pode ser, também, o diferencial da concorrência.
De que forma a Segurança Patrimonial é contextualizada?
A Segurança Empresarial é uma das responsáveis pela integração do colaborador, devendo haver, portanto, no mínimo, este investimento. Dessa forma, no ciclo da rotatividade, o investimento é contínuo, sem, no entanto, retorno, podendo ser caracterizado como perda.
De fato, a rotatividade prevalece nas Empresas de Vigilância e nos tomadores de serviços, provocando assim, perda do investimento feito pelo gestor/instrutor e inclusive pelo colega de área - considerando um posto de trabalho onde a equipe seja composta por no mínimo dois profissionais de vigilância patrimonial.
Adiante, dou alguns exemplos para melhor entendimento das perdas ocasionadas pela não retenção dos profissionais, bem como, pela má utilização do conhecimento.
Exemplo 1: O tomador de serviços tem lá seu histórico de ocorrências e compartilha com o contratado no inicio da operação/contrato. Ao longo do tempo os vigilantes vão mudando, bem como a liderança e supervisão, e o tomador, em muitas das vezes, só percebe o tamanho do problema quando se depara com uma séria de contratempos e não conformidades.
Exemplo 2: O gestor de segurança que se vê sem expectativa de crescimento por conta da falta de investimento e reposição salarial não atendida, vai à procura de outra colocação no mercado, sem que antes deixasse o processo sistêmico; conclusão, para o próximo contratado, só resta dar continuidade a um trabalho que ele não sabe onde parou ou pelo menos o que foi iniciado e até onde foi implementado.
Exemplo 3: O Gestor de Segurança. negocia meses a fio, com o Diretor, o planejamento de aquisição de um parque de câmeras e, de repente, o diretor é transferido ou demitido. O novo diretor congela o projeto, ressuscitando-o algum tempo depois, porém, com novas idéias e novos fornecedores, restando ao gestor, investir mais tempo para se adequar.
Exemplo 4: A Segurança Patrimonial ajusta os termos para fiscalização do ponto de vista fiscal, para entrada e saída de materiais com a controladoria. Ocorre, então, a demissão do controler sem que haja um sucessor. O substituto tem novos valores e identifica outras necessidades, deixando assim, que todo o planejamento da Segurança (incluindo aí o treinamento com o time da vigilância dentre outros), se perca.
Exemplo 5: O profissional de engenharia de produtos, que está à frente de um projeto muito importante, adoece, guardando com ele as principais informações e, por falta de sucessor ou de um acompanhamento mais próximo da liderança, a empresa terá que recuperar estas informações ou reiniciar todo o processo. Será possível cumprir o cronograma? Quanto recurso mais será investido no projeto? O cliente vai esperar? Afetará o resultado esperado pelos acionistas?
Exemplo 6: As empresas fazem a análise riscos da região aonde vão se instalar. Depois de instaladas com os projetos de segurança contra incêndio e patrimonial aprovados, é necessária a manutenção e renovação da análise de riscos. Ocorre que muda o diretor, encerra o contrato da consultoria ou transferem o profissional dedicado para outro projeto ou planta, e tudo fica esquecido.
Percebe-se que o conhecimento, em ambos os exemplos, estava na cabeça dos profissionais ou não era sistêmico; dessa forma, como obter ganho? Como atingir os resultados dentro do tempo determinado? Como evitar as perdas?
É um problema nas empresas, independente do tamanho, o compartilhamento de conhecimento tácito ou também do chamado capital intelectual ou ainda, patrimônio intangível de especialistas, técnicos e profissionais das organizações e, principalmente, sua transformação em conhecimento explícito.
A mensuração deve ser um dos caminhos para visualizar e responder algumas questões sobre este tema, tais como:
1) O investimento feito pela organização no desenvolvimento de pesquisas e produção de conhecimento é suficiente?

2) O aproveitamento das pessoas e os investimentos que foram feitos no campo do desenvolvimento do talento humano estão gerando resultados?
3) A forma de aproveitamento e retenção do conhecimento junto à organização após os investimentos está de acordo com o planejado?
4) Este processo é auditado regularmente?
Considerando que o investimento no conhecimento, hoje, pode ser a maior ferramenta de inovação e criação para obtenção de um diferencial competitivo, conclui-se que a fuga do capital intelectual (involuntária ou intencional), uma vez que pode se tornar conhecimento tácito é problema de gestão do conhecimento corporativo.
Dessa forma deixo algumas dicas:
  1. Na admissão, passe as rotinas de armazenamento do conhecimento.
  2. Padronize os relatórios de tal forma que todos saibam qual e quando utilizar.
  3. Formalize todos os procedimentos, evitando que os profissionais passem experiências de forma não documentada.
  4. Proteja os recursos tecnológicos que você utiliza para captar e compartilhar seus conhecimentos.
  5. Formalize as reuniões informais transformado-as em documentos oficiais, do tipo ata com prazo e ações.
  6. Transforme o aprendizado das rotinas diárias em instruções formais para a melhoria contínua dos processos.
A liderança deve ter como rotina a busca pela gestão do conhecimento, influenciando os seus liderados, quer seja para a implantação ou implementação.
As empresas de grande sucesso mostram que, compartilhar conhecimento é uma tarefa normal e rotineira, pois existe uma troca dessas experiências e de seus conhecimentos profissionais, fazendo assim uma rotatividade continua na gestão do conhecimento.
Os principais profissionais mostram que parte de seu conhecimento adquirido na organização, se deve a experiências passadas por companheiros, conhecimento adquirido de forma prática e de cursos ministrados ou financiados pela organização.
Prevenir perdas, com a gestão do conhecimento, impacta na mudança de comportamento cultural e tecnológico da organização, nos benefícios resultantes da utilização da Gestão do Conhecimento e na relação entre investimento e a referência do funcionário, como capital Humano / Intelectual.
Concluo com a afirmativa que a gestão do conhecimento na segurança empresarial e demais áreas significa difundir experiências, compartilhar, disponibilizar e difundir conhecimentos, sendo este um processo contínuo, renovado e com ordenação, assegurando a transformação do tácito em explícito, contribuindo para a continuidade das atividades, mitigação dos riscos, prevenção de perdas e sucesso da empresa e todos os envolvidos com alcance dos resultados esperados.

Teanes Carlos Santos Silva, Gestor de Segurança Empresarial e Diretor Pleno da ABSEG. E-mail:teanes[arroba]terra.com.br

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